exorcismo

Coliseu dos Recreios 7 de Novembro de 2007
Não consigo fazer isto, esta coisa de tirar fotografias e filmar concertos. Não percebo como é que alguém passa um concerto inteiro de câmara na mão, prefiro reter em mim as imagens, retendo assim as emoções.
Os índios norte-americanos diziam que as fotografias tiravam a alma, é um bocado isso que me acontece quando me armo em esperta e me ponho a querer tirar fotografias ou filmar com o telemóvel ou com a "fantástica" máquina que tenho: "ó que merda ficou mal, vou tentar outra vez. Não, não, ainda não", e quando dou por mim o momento foi-se e eu nem vi nem senti nada.
Hoje em dia então é completamente absurdo, sai-se de um concerto e mal se chega a casa já o youtube está entupido de vídeos irrelevantes...
Ficarei com a memória, a memória de um exorcismo. É por causa de bandas assim que a minha maior -- e a saber única -- paixão é a música, não há nada no mundo que me transmita sensações sequer semelhantes. Não há nada melhor do que berrar letras inventadas num concerto, entrar numa espécie de transe ao fechar os olhos e deixar a música entrar e percorrer todos os vasos sanguíneos que fazem parte do meu corpo.
Gosto muito de muitas coisas diferentes: rock, pop, electrónico, indústrial, o diabo a quatro. Mas há poucas bandas que podia ver todas as semanas, lembro-me dos Cult (que estranho...), os Young Gods, os Morphine (difícil eu sei...), haverá outras de que não me recordo agora.

Os Interpol entram agora nessa lista. Há muito tempo que não me apaixonava assim por uma banda.
Às vezes -- mais raramente é certo -- há noites assim, em que quando chega ao fim, a única coisa que consigo dizer é: "quero mais"...

P.S. - A fotografia saquei-a do site da Blitz, vídeos há aos quilos no youtube. Eu, eu estava a espantar demónios.

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